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VICENTINA LACERDA SANTOS D’ ARIENZO

Cycy, como Vicentina era carinhosamente chamada pelos íntimos, nasceu em seis de abril de 1913, na cidade de Paraibuna, Vale do Paraíba, SP.

Filha de Leopoldo Silva Santos e da escritora Beatriz Bueno Brandão de Lacerda Santos, descendentes de europeus (franceses, espanhóis, portugueses e holandeses), cresceu em Paraibuna e, quando completou sete anos, foi residir com a família em São Paulo, no bairro do Belém.

Durante a revolução de 1932, quando todos trabalharam em prol da revolução, seu irmão mais moço combateu, em Itararé, na linha de frente.

Ingressou em 1934,  na primeira Escola de Educação Física do Brasil e da América do Sul (São Paulo – SP).

Em 1937 atuou como professora de Educação Física, lecionando em Faxina, hoje Itapeva, interior de São Paulo.

Extrovertida e alegre, dotada de espírito pioneiro e progressista, ministrou aulas de Educação Física para rapazes e moças, o que, na época, era inovador.

Ainda em Itapeva, foi a primeira mulher a apitar uma partida de futebol no Brasil (entre o Palestra Itália, hoje Sociedade Esportiva Palmeiras e o Esporte Clube Santana, de Itapeva).

Devido ao sucesso desse jogo, foi contratada como técnica de futebol do Santana de Itapeva.

Entre outras iniciativas esportivas e culturais, fundou em Itapeva um teatro amador, chamado      “Teatro João Sant´anna”, dirigindo e ensaiando seus alunos, ocasião em que encenou peças de diversos autores nacionais, sempre incentivando o amor à arte.

Casou-se em 27 de dezembro 1939 com Luiz D´Arienzo Neto, de família de imigrantes italianos (o pai era natural de Porta Romana, Província di Salerno, sul da Itália e a mãe de Fermo, Província di Marche, norte da Itália).

Trabalhava ele na ocasião como representante da Companhia de Cigarros Souza Cruz.

Tiveram três filhos:

  • Beatriz D’Arienzo Bertholdi, viúva, três filhos (Eduardo, 46 anos, Edmundo, 44 anos e Denise, 43 anos, atualmente residentes na Inglaterra);
  • Francisco Leopoldo Santos D’Arienzo, (Leopoldo Rey), três filhos do primeiro casamento com Maria Christina Fagundes (Paula, 28 anos, residente no Rio de Janeiro, Luana, 26 anos e Adriano Luiz, 23 anos, residentes na Cidade do Cabo, África do Sul). Viúvo, casou-se com Vera Lúcia Porto Santos, com quem tem três filhos (Júlia, com 13 anos, Daniel, com 12 anos e Melissa, com oito anos,  residentes em Atibaia);
  • Ana Maria Santos D’Arienzo, solteira, Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, aposentada, tendo trabalhado no Consulado Geral do Brasil em Londres, Inglaterra, durante dezesseis anos (1978/1989 e 1994/1999).  De novembro de 1999 a outubro de 2005 exerceu suas atividades, como vice-cônsul, no Consulado do Brasil na Cidade do Cabo, República da África do Sul, (Cape Town). Atualmente residindo em Atibaia.

Cycy e Luiz fundaram, em Itapeva, o Lar Escola Dona Laudelina, entidade beneficente destinada a amparar menores abandonados.

Em janeiro de 1957, através de concurso público, foi transferida para a cidade de Atibaia, como professora de Educação Física do Colégio Estadual e Escola Normal Major Juvenal Alvim, onde lecionou até aposentar-se em 1966.

Em Atibaia residiram até 1962  na Rua Castro Fafe, onde Luiz D´Arienzo (proprietário da loja Novidades Saci), construiu um campinho de futebol, muito apreciado pelos meninos, que, imediatamente, deram-lhe o nome de Campinho do Saci e, no jogo de camisa que ganharam de presente do senhor Luiz, ostentavam, orgulhosamente, o símbolo da equipe, representado pelo saci-pererê.

Em 1961, adquiriram e reformaram o antigo e tradicional solário dos familiares de João Alves do Amaral, ainda hoje pertencente à família, localizado na Praça Claudino Alves, esquina da rua Visconde do Rio Branco.
Assim que fixaram residência em Atibaia, Luiz D’Arienzo estabeleceu-se com a famosa loja Novidades do Saci, estabelecimento que se dedicava à venda de utensílios domésticos, cujo slogan era: Novidades e tudo para você e seu lar.

Amada pelos alunos do Major, Dona Vicentina, além de ofertar seu amor, deixou sua marca de pioneirismo e idealismo registrada nos anais culturais de Atibaia, e, entre outras iniciativas, fundou o Teatro Jerônimo de Camargo, primeiro teatro estudantil de Atibaia e da região bragantina.

Entre outras peças, encenou: Sinhá Moça Chorou de Ernani Fornari; A Cigana me Enganou e Chica Boa, de Oduvaldo Viana Filho, também encenadas em Mairiporã e Bragança Paulista.
Incentivou seus alunos a atuarem como atores, e contou  sempre, com a participação de vários deles, a destacar:  Ercília Bacci, Maria Ignez Peçanha, Denise Silva Pinto, Heloísa Esteves, Ana Maria D’Arienzo, Ana Lúcia do Carmo, Ivete Novisky, Yara Weissberg, Neuza Rosa, Alziro Varella, José Clair Fangiulli, João Carlos Guimarães, Nelsinho Muragaki, Univaldo Sirera Sanches, Jurandir Craveiro, Francisco Leopoldo Santos D’Arienzo, Rubens Varalta, João Evaldo Losasso, Euclides Lessi, entre outros.

Na direção, contava com a participação e colaboração de:

Assistentes de Produção: Tizuka Yamasaki e Yurika Yamasaki;

Ponto: Waldir Gil de Oliveira;

Efeitos sonoros: Antônio Carlos Laureano (Barriga);

Assistente de texto: Eunice Varella;

Narradores: Newton Galvão e Carlos Alberto Barbosa.

Figurinista: Ruth Freitas Fangiulli;

Maquiador e Cabeleireiro: Frederico Suppioni Filho.

Dedicou-se, ao lado do marido Luiz, a várias entidades beneficentes e filantrópicas de Atibaia, e, junto com Elizabeth Alonso, Raiffa Sabbag, Bárbara Profeta, Joaquina Chagas, Maria Finco, entre outras, desenvolveu trabalho dignificante e profícuo à frente das Obras de Santa Rita de Cássia.

Participou ativamente das Obras Vocacionais desenvolvidas pela Igreja Matriz de São João Batista, ao lado de dona Maria de Lurdes Rocha Scapin.

Faleceu em 5 de setembro de 1996,  e seu marido Luiz em 19 de novembro de 1984.

Foram ambos sepultados no Cemitério Municipal São João Batista, em Atibaia.