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IRMA PEREIRA PONTES VASQUEZ

“A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê- las”.
(Aristóteles)

Irma Pereira Pontes Vasquez é filha de José da Silva Pontes e de Anísia Pereira Pontes. Nasceu aos cinco de dezembro de 1938, na cidade de Cerquilho (na época, município de Tietê, SP). Casou-se com Lincoln Parra Vasquez, com quem teve três filhos: Lincoln, casado com Wânia, médicos radicados em Tietê; Jackson, engenheiro agrônomo radicado em Ubajara – Ceará, Jefferson, falecido aos 23 anos. O casal tem dois netos: Danilo, médico e Murilo se preparando para o vestibular.

Irma concluiu os estudos básicos no Grupo Escolar Luís Antunes na cidade de Tietê (SP); o Curso Ginasial e o Curso Normal, no Instituto de Educação Plínio Rodrigues de Moraes, também em Tietê; o Curso de Aperfeiçoamento de Professores no I.E. Barão de Suruí em Tatuí; o Curso de Administradores Escolares no I. E. Caetano de Campos – em S. Paulo -, e Pedagogia, no I.E.S.”Senador Flaquer”, em Santo André.

Iniciou sua carreira em Presidente Bernardes (SP), na Primeira Escola Mista Típica Rural da Fazenda Bela Vista e, posteriormente, assumiu a Escola Mista Municipal da Vila Rica (1957). Ingressou no magistério nesse mesmo ano de 1957. Trabalhou na Escola Mista Típica Rural do Brasil do Cruzeiro, em Álvares Machado – região de Presidente Prudente – e na Escola Mista Rural da Fazenda Santo Antônio, em Conchas (SP). Lecionou ainda no Grupo Escolar da Colônia de Itaquera e no Grupo Escolar Almirante Barroso, em São Paulo, Capital (1963-1965).

Ingressou como diretora em 22 de junho de 1965 – por concurso de títulos e provas – e sua primeira missão foi dirigir o Grupo Escolar de Turmalina, em Turmalina. Outras escolas paulistas que contaram com sua competente direção foram: Grupo Escolar da Vila Valparaiso em Santo André (1967); Grupo Escolar Estudante Flamínio Araújo de Castro Rangel (São Bernardo do Campo, 1967-1970) e Grupo Escolar D. Benedito Paulo Alves de Souza (São Caetano do Sul, 1970-1976).

Em 1976 assumiu a diretoria do Grupo Escolar José Alvim, a segunda maior escola do Estado de São Paulo, na época. Irma criou campanhas beneficentes, dispensou atenção especial às aulas de Educação Moral e Cívica e aos desfiles comemorativos. Formou grupos de Teatro, Música e Literatura e organizou cursos e festivais, como motivação para alunos e professores.

A primeira bandeira do José Alvim foi criada sob sua orientação e por meio de um concurso promovido entre os alunos; o vencedor foi o aluno da sétima série, Narciso Bragion. A heráldica da bandeira foi preparada pela profª. Eunice Varella Massoni, que descreveu o significado de cada traço e de cada cor do desenho.

Os majestosos ipês da velha escola foram tema para a criação do “Troféu Ipê Amarelo”, idealizado por Irma para homenagear professores, diretores e alunos que passaram pelo José Alvim e se destacaram em seu campo de atuação, como o Prof. Francisco da Silveira Bueno (1979), aluno da primeira turma da escola, e o Prof. Dr. Flávio Pires de Camargo (1980), brilhante médico especialista em Ortopedia e Traumatologia. Estiveram presentes os representantes da família do ilustre patrono “José Alvim” e os ex-diretores, Prof. Licínio Carpinelli e Prof. João Batista da Costa Lobo. Em 1981 – durante emocionante cerimônia organizada pela diretora Irma – foi entregue o mais importante “Troféu Ipê Amarelo”: ao ex-aluno Benedito Leite, o mesmo que plantara as primeiras mudas do famoso ipê, em 21 de setembro de 1919.

Após a aposentadoria (1983), Irma lecionou Didática, Filosofia da Educação e Organização e Legislação Escolar no Curso de Magistério do Instituto de Educação Plínio Rodrigues de Moraes, em Tietê (SP, 1985-1986). Foi coordenadora pedagógica dos cursos de 1º e 2º graus do Setor do Sistema Anglo de Ensino, integrados ao Instituto de Ensino Gertrudes Pires Alvim (1989-1991).

Dentre suas inúmeras realizações como Secretária da Educação e Cultura da Prefeitura Municipal da Estância de Atibaia (1991-1992), destacam-se: fundação da Casa da Cultura Jandira Massoni, em homenagem à abnegada maestrina atibaiana; instalação dos Cursos do SENAI e reinauguração da Biblioteca Pública Municipal Joviano Franco da Silveira (17/09/1992), após reforma do prédio.

Escritora e poetisa, Irma participou de vários concursos literários e foi premiada com os contos: Cadeira de Balanço, Um Raio de Sol e Jóias da Minha Vida, dádivas de sua criatividade para leitores privilegiados pela sensibilidade. Participou da I e da II Antologia Literária Atibaiense, ambas organizadas pela Academia Literária Atibaiense em 2003 e 2005, respectivamente. Em 2008 publicará seu livro “Retalhos de Uma Vida”, um emocionante relato de suas  experiências pessoais e profissionais.

Herdou seus dotes culinários da avó paterna (Vó Quininha). Foi responsável pela coluna “Culinária da Terra” do Jornal “O Balaio”, além de ter organizado três edições de coletâneas de receitas culinárias, cujas rendas foram  revertidas para entidades locais: “Receitas da Mamãe” beneficiou a Santa Casa local; “Cozinhando Sorrindo” contribuiu com o Grupo de Terceira Idade “Sempre Viva”; o terceiro, “Com Sabor e com Amor”, favoreceu o Clube da Terceira Idade de Atibaia.

Nesse mesmo clube exerce a função de assistente social há quatro anos e foi professora voluntária do Curso de Reforço Escolar “Brincando com as Letras”, destinado a idosos (2006). Irma afirma que sua participação no Clube da Terceira Idade fecha um círculo e completa sua tarefa de educadora. Na juventude e na maturidade trabalhou com crianças e jovens; na terceira idade, seu trabalho está direcionado para pais e avós de muitos dos seus alunos.

Irma é digna representante dos mestres que passaram por Atibaia. Educadora nata, fundamentou o cumprimento de sua missão em princípios sólidos, na responsabilidade e na dedicação incondicional. Nutriu com amor o desempenho de sua função, pois dirigiu seu olhar sensível para muito além do que pode ser interpretado por letras e quantificado por números. Iniciativa, dinamismo e criatividade são exemplos deixados pela mestra, lições de vida que ajudaram a alicerçar a formação de muitos cidadãos desta terra.

Texto final: Cidinha Bonini